FOLHA CULTURAL PATAXÓ
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sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Cotidiano sem metáfora.
No meio de nós o aborto de sonhos:
Entre eles o pacto dos lobos.
Sem rastro. Cada um esconde punhais entre os dedos:
A espera da Ciranda, para matar cada cobra – vingança.
Sujeitos cegos. Damas sem pétalas e Cavalheiros com fogo nas entranhas.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Adolescentes na esquina - uma pequena crônica
Numa manhã de sol fui ao centro de Areia Branca, bairro do município de Belford Roxo onde moro, para comprar remédio. Cruzando a esquina da Rua Ribalta - onde fica um prédio que abriga uma padaria desativada - um grupo de cinco adolescentes trajando uniformes escolares ouviam num rádio em alto e bom som o hit Parado na Esquina do MC Robacena. O cenário denunciava o óbvio: os meninos estavam matando aula para curtirem o funk.
Entre eles havia um casal de namorados. A moça estava deitada com a cabeça encostada no colo do namorado (ou ficante) que estava sentado na calçada. Os outros três rapazes em pé riam com prazer, liberdade, descomprometimento. O menor deles dançava com uma debochada timidez - de quem tem o prazer em não mostrar tudo que é capaz de fazer. Uma coisa alí me seduzia; o descompromisso, a irreverência, o desafio e a beleza de jovens adolescentes em uma esquina celebrando a vida. O que importa se eu acho o funk uma porcaria? Se eu acho suas letras pobres? Se há pessoas que acham que elas e sua batida induzem adolescentes e crianças à violência, à pedofilia, à prostituição, ao crime e à promiscuidade sexual? O que importa se os adolescentes de hoje estão à mercê das drogas e da falta de limites? Tudo isso se apagava da minha mente. Até mesmo a crise na Educação; o conflito entre educadores e estudantes, entre pais e filhos.
Na fotografia da minha mente e do meu coração só ficava e fica até agora a cativante e envolvente imagem daqueles adolescentes parados na esquina, festejando o mundo na batida do funk; como anjos festejando o astral ao som de uma harpa.
Marcio Rufino
Créditos da imagem: Blog Contos e Rimas.
Refeit@s
Dar-lhe certeza, de que ficaremos, bem, plenamente separados – É uma incógnita.
Porém sigamos, tentemos transformar e desabafar com lágrimas e palavras, sem que sejam diluídas nossas essências; para que não fiquemos semelhantes a psicopatas coloridos.
Que o hedonismo não seja a plataforma; para nossas vivências cotidianas.
Seja o sentir, um dos ponteiros de nossos corações e que o ódio não se petrifique a ponto, de tornar-se lente.
Não nos permitamos afogar às mais íntimas e coletivas crenças, nos corpos cansados e famintos, em busca de salvação.
Que a ira não perdure, para às futuras gerações e que saiamos vivos, fortes e se possível refeitos; do vendaval em nossas aparentes frágeis estruturas.
Se pudermos, ao invés de nós vingarmos, deixemos que floresçam o que há de mais vital, em cada caminhar.
Por hora, que não usemos, como refúgio as tais ortodoxias que às vezes causam cegueiras e paralisam.
Algumas lembranças, por inúmeros momentos vão surgir e nos deixarão um pouco tontos – Ainda sim, continuemos e que o amor não mofe, em nossas vidas.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Entrelinhas,
Não tente exacerbar seus delicados e afobados desejos; pois não há rodas de Sambas, que não deixem suas dores aparentes; nem livros de Foucault que desatem, o seu riso milimetricamente ensaiado, na frente dos espelhos...
Olhos desejosos, porém opacos...Estás faminto de que? Justiça reformista... Ou uma infinita secura na busca, pela culpa.
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