FOLHA CULTURAL PATAXÓ

.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

"FAROL DE SÃO TOMÉ" OU "É PRECISO PARAR DE CHORAR"




FAROL DE SÃO TOMÉ OU É PRECISO PARAR DE CHORAR
Dedicado aos amigos Fabiano Soares da Silva e Rosilene Ramos
Obs: “Farol de São Tomé” é título de um poema Do Fabiano
“É preciso parar de chorar” é um verso do poema
“Adorno” da Rosilene


FAROL DE SÃO TOMÉ OU É PRECISO PARAR DE CHORAR
Passam das dez horas
E o toque de silêncio
Avisa que é hora de apagar as luzes

Minha luta contra o regime opressor é eterna
Assim como minha busca em compreender Deus

Quase todas as camas estão vazias
E forradas com lençóis brancos
Vou deitar-me numa lá no canto
E ouvir o rádio baixinho para tentar dormir

Muitas músicas são proibidas
Aqui, quase tudo é proibido,
Por isso, ouço o rádio no volume mínimo,
Para que os guardas não possam ouvir
E vir com seus paus de barraca

A carceragem fica junto ao muro dos fundos
E sempre cabe mais um
Eu já estive naquelas celas, sei muito bem com o é

Eu tenho um livro de poesias
De uma poetisa amiga minha
Em um de seus versos ela diz
“Que é preciso parar de chorar”

Todas as noites aqui são escuras
E os dias não existem
Este lugar está cheio de fantasmas
Em noites de tempestade eles são visíveis
Eu sei, sempre os vejo.

Arnoldo Pimentel

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Às Margens da Escola

    Este documentário se compõe de algumas narrativas da vida de Abimael Severino, pernambucano, pescador, morador de Macaé.
    Ao narrar a sua trajetória, Abimael remonta a ideia da distância entre a escola e a vida material e deixa explícito que sua leitura de mundo lhe garante a sobrevivência e a educação cidadã que o insere na aprendizagem dos códigos do mundo tecnológico.


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Sarau Donana de Agosto

       
 O poeta Victor Loureiro (de cabelo grisalho) sentado assistindo uma das apresentações



                                                        A poeta Ivone Landim


                                                   Camila Senna, poeta também homenageada


                                         O poeta também homenageado Anderson Leite Lima



                                                        Ramide Beneret




                                       O trio Johnny Pelucci, Rose e Davidson dando a sua canja



                                                       O poeta Henrique Souza


                                        A Associação Cultural Capoeira Palmares



                                                            Marcio Rufino

                                                         O cantor e músico Daniel Guerra



                                                                   Dida Nascimento



                                                           Maria Luiza Rodrigues


                                             Ricardo Marques e Dudu de Morro Agudo


O Sarau Donana- apresentado pelo coletivo Pó de Poesia no Centro Cultural Donana todo último sábado-  do mês de agosto homenageou os poetas Victor Loureiro e os residentes Camila Senna e Anderson Leite Lima; Apresentou o curta Caixa D'Água, qui-lombo é esse? de Evelaine Moraes; Abordou o tema Cultura Popular, apresentando junto com Associação Cultural Capoeira Palmares as cantigas da Folia de Reis. A atração musical ficou por conta do trio Johnny Pelucci, Rose e Davidson e do cantor e músico Daniel Guerra que nos brindou, encerrando a noite com suas lindas canções de MPB.


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

ANJO EXTERMINADOR



Nada aqui me pertence
Nem quando estou com os braços abertos
Existe fome e escravidão na África
Existe fome e escravidão na Ásia
Existe fome e escravidão em toda América Latina
E as pessoas ficam orando nas igrejas
Assistindo futebol, bebendo nos barres,
Cantando e declamando poesia ao luar

Arnoldo Pimentel

 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

IDGIE



O menino ia chutando pedras pelo caminho
Chutando pedras pelo caminho
Beirando a linha de trem
Que ia de Belford Roxo até Xerém
Passava pela Piam, por Nova Aurora,
Por Babi, por 38...
O menino ia chutando pedras pelo caminho.

Arnoldo Pimentel 

terça-feira, 25 de junho de 2013

Alma vaga...




Para ti, um verso desalinhado, beijos quentes na testa e sabedoria:
Talvez a insanidade chama-se um barco, que ancorou em minha atordoada alma...

Por ter pele negra, a mim permitem solidões e trabalhos infames, discursos cifrados e mesmo os amigos, apontam cartões de salvem-se quem puder.

Rouca e brusca,

Para que o precipício não trague nossas almas;
Viagens e silêncios, beijos e amenidades;

So-li-tá-ria e aérea, pássaros cantam ao redor de mim;
Cozida em lágrimas, refaço-me tinta e poesia nas esquinas.


sexta-feira, 24 de maio de 2013

IWO JIMA

As poucas crianças que restaram,
Ficaram sentadas no assoalho de madeira,
Da sala sem móveis, imóveis.


Arnoldo Pimentel

quinta-feira, 16 de maio de 2013

RÚSSIA




Sinto frio
Sinto frio
...
...
Sinto frio

Arnoldo Pimentel